A minha segunda mota foi uma Yamaha DT 125 R. O tipo de mota (trail) e de motor (mono-cilíndríco a 2 tempos) eram os mesmos da DT 50, mas o resto era completamente diferente. Os travões de disco e o dobro da potência, faziam desta máquina um bicho muito mais excitante de conduzir. Estávamos todos tão habituados à cinquentinhas, que me lembro de uma vez ir com o Fritz a pendura, na Rua do Brasil, e depois de ultrapassar um carro ele comentar: “Man, nem precisaste de meter uma mudança abaixo para ultrapassar! Foi só rodar um bocado o punho!“. Não estou a mentir se disser que foi a minha mota preferida.
As voltas que dei com ela, embora maioritariamente na estrada, passaram a ser bastante mais nos pinhais e nas pistas de motocross que havia espalhadas pelos arredores de Coimbra. Custa a acreditar mas, debaixo da ponte que separa Coimbra de Ceira havia uma pequena pista e, na actual praia do Rebolim, havia uma maiorzinha. Para os lados de Sto. Varão, ao lado da estarada do Rio, havia outra e as minhas voltinhas passaram a ser menos nas inúmeras ruas estreitas de Coimbra, e mais em terra, brita e calhaus. Vale de Canas também tinha vários trilhos engraçados. Um deles, o que fiz mais vezes, começava no fim da Rua Eládio Alle Alvarez e terminava à frente da antiga Pizzaria Macel, na Rua Brigadeiro Correia Cardoso. Agora já não existe porque a circular externa cortou-o ao meio.
Esta mota era também a mota que tinha quando conheci a minha esposa. Foi a primeira mota a sério (com + de 50 cc) que ela conduziu e a primeira vez que o fez, correu mal. Ela estava habituada a andar de scooter, numa Yamaha BWS e, às vezes, da DT 50 do irmão. Mas a DTR era consideravelmente mais alta e ela apercebeu-se da verdadeira distância entre o banco e o solo dois metros depois de ter arrancado. Estávamos numa esplanada da Figueira da Foz com uns amigos e ela pediu-me a chave da mota para a ir finalmente experimentar. A mota estava estacionada no passeio e ela arrancou devagarinho para, quando a roda da frente descesse para a estrada, poder confirmar se vinham carros nessa faixa. O pior é que, quando a roda da frente desceu o passeio e rodou mais uns centímetros, a distância do banco ao chão aumentou na mesma proporção da altura do passeio. O resultado foi o previsível – os pés não chegavam ao chão e a mota caiu para o lado, felizmente sem estragos humanos ou materiais.
Esta máquina ficou na minha história por outra razão. Foi a primeira mota que me levou à concentração anual do Moto Clube de Faro. Fui com o Durão a epndura, e sempre pela estrada porque não valia a pena metê-la na autoestrada. Levava um pneu de terra atrás porque, à boa maneira portuguesa, deixei a substituição dele para o dia anterior à concentração e não consegui encontrar mais nenhum. Cheguei a Faro com metade dos pitons no pneu e, dois dias depois, novamente a Coimbra com um pneu de terra liso.
Especificações
Marca | Yamaha |
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Modelo | DT 125 R |
Tipo de motor | 1 cilindro, 2 tempos, refrigerado a líquido |
Cilindrada | 124 cm3 |
Potência | 14.1 cv |
Caixa de velocidades | 6 velocidades |
Embraiagem | Multi disco em óleo |
Travões | Disco (230 mm à frente e 220 mm atrás) |
Arranque | Kick starter |
Peso (a seco) | 116 Kg |
Capacidade do tanque | 10 litros |
Capacidade do depósito de óleo | 1.2 litros |
Nuno Macedo says:
Tem alguma disponível
alexvf says:
Viva.
Não, infelizmente já não a tenho há muito tempo.